quarta-feira, 22 de abril de 2009

Como tudo começou

Tudo começou lá atrás quando meus pais (Renato e Sebastiana) que vieram de família muito humilde trabalhavam na roça desde muito pequenos, para ajudar no sustento da família, meu pai no interior da Bahia numa cidade chamada Jaguáquara e minha mãe em Palmeira dos Índios interior de Maceió. Foi uma época de muita dificuldade, onde avia dias que mau eles tinham o que comer. Meu pai começou trabalhar com seis anos de idade minha mãe também nessa faixa, então mesmo em fase escolar não puderam completar os estudos, pois trabalhando muito jovens mal dava para se dedicar aos estudos. Até que anos mais tarde meu pai parou os estudos, mais precisamente na sétima serie. Anos depois para ser mais exato em 1971 meu pai com vinte e um anos resolveu que ia mudar de vida, foi então quando surgiu a oportunidade que ele precisava.
Uma proposta para trabalhar na cidade de São Paulo, em uma transportadora. Ele sem pensar duas vezes, decidiu que ia abandonar aquela vida na rosa cheio de dificuldades.
Mas ele sabia que não ia ser nada fácil deixar para trás pai mãe irmãos e ir para a cidade grande, onde tudo aquilo era novidade até então um lugar diferente uma nova vida, as portas se abrindo uma oportunidade de ter uma vida melhor e assim ajudar aqueles que ficaram para trás.
Pois é mais a vida aqui também não seria nada fácil, ele dividia um quartinho com mais dois amigos que vieram da mesma cidade junto com ele, amizade de longa data, diga-se de passagem, essa turma aprontou muito junta. E foi em uma dessas farras que meu pai conheceu minha mãe que também avia abandonado a pequena cidade no interior de Maceió para morar na cidade grande.
Começaram a namorar foram morar juntos em um cortiço no bairro de Vila Medeiro zona norte de São Paulo, apenas com algumas panelas um fogão e um colchão velho assim começaram uma vida a dois, então se casaram no civil. Trabalhavam de segunda a sexta meu pai na transportadora como motorista de caminhão onde viajava para os quatro cantos desse Brasil, e passava dias fora, aqui minha mãe trabalhava em uma fabrica de sapatos, assim aos trancos e barrancos iam levando a vida.
Até que em 1978 a vida se tornaria um pouco mais difícil, pois minha mãe descobriu que estava grávida do primeiro filho, era um misto de felicidade, mas com um pouco de preocupação, pois era mais uma boca para alimentar a vida ficaria mais apertada, mas nada disso fez com que eles desanimassem.
O que importava era que a criança fosse saudável, com saúde, o resto dava-se um jeito. Assim foram vivendo para eles e para o primeiro filho que estava preste a chegar. Então no dia nove de março de 1979 nascia (Willians) meu irmão, como esperado ele nasceu bem com saudável e muito chorão.
Minha mãe tirou licença para cuidar dele, meu pai continuou viajando, pois não podia parar e foi assim por dois anos. Diz um velho ditado que Deus não da um fardo maior do que a gente possa carregar, e para testar nossa força e fé ele por sua vez nos propõe desafios para saber até onde somos capazes de agüentar, assim ele o fez.
Foi quando em 1980 minha mãe descobre que esta grávida pela segunda vez, mas essa não seria uma gravidez normal, uma situação que já era ruim poderia ficar pior. Em um exame de ultra-sonografia minha mãe viria a descobrir que o outro filho que ela esperava viria a nascer com deficiência física irreversível chamada de (mielomeningocele) correndo o risco de nunca andar ou talvez nem sobreviver.
A mielomeningocele constitui numa má formação congênita do sistema nervoso que ocorre no primeiro mês de gestação, ou seja, antes mesmo que a maioria das mulheres perceba que estão grávidas. Ela é a expressão mais grave da chamada falha de fechamento do tubo neural do embrião. Neste defeito, as estruturas da porção posterior da coluna vertebral não se fecham adequadamente, o que leva à exposição em graus variados do conteúdo do sistema nervoso da região afetada. Na mielomeningocele a falha do fechamento ósseo forma uma saliência cutânea com exposição da medula espinhal e meninges nas regiões lombares ou torácicas, que provavelmente, causaria seqüelas graves para o resto de minha vida.
Essa má formação na medula espinal ocasionou uma paralisia parcial nas minhas pernas e uma vez que essa paralisia está presente podem ocorrer problemas ortopédicos, como pé torto ou deslocamento de quadril.
Freqüente também a perda de controle da bexiga ou do intestino além do que determinou um aumento no risco de eu desenvolver uma infecção grave denominada meningite. Naquele momento ao saber de tudo isso minha mãe ficou sem chão, não sabia o que fazer como agir, pois sabia que as dificuldades seriam maiores daqui para frente, pois a luta estava apenas começando, ela sabia dos desafios que enfrentaria.
Mesmo assim sabendo de todos os riscos, minha mãe decidiu que ia encarar tudo isso de cabeça erguida e optou manter a gravidez ate o fim, e por nove meses ela trabalhou grávida.

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